Quem trabalha com gestão de viagens corporativas sabe que os deslocamentos a trabalho envolvem diversos processos. Além de lidar com toda a parte burocrática, o gestor de viagens tem, ainda, a responsabilidade de garantir que cada viagem gere valor para o negócio.
Também é papel do gestor de viagens auditar processos e a política de viagens corporativas, assegurando que cada etapa esteja de acordo com as diretrizes internas e com as práticas mais eficazes do mercado. Essa auditoria não serve apenas para controlar gastos, afinal, ela também mede a conformidade dos processos e identifica pontos de melhoria.
Segundo a FecomercioSP, o mercado de viagens corporativas movimentou mais de R$ 6,3 bilhões apenas em janeiro de 2023. Esse dado mostra a relevância desses investimentos e reforça a necessidade de uma gestão eficiente, com processos bem definidos e uma política de viagens atualizada e aderente à realidade da empresa.
Uma política de viagens corporativas bem estruturada deve definir diretrizes claras para reservas, reembolsos, compliance e governança, mas não deve ser um documento engessado. Com o crescimento do trabalho remoto, a entrada em novos mercados e a evolução das ferramentas de gestão, é essencial revisar e auditar regularmente essa política para que ela continue alinhada aos objetivos do negócio.
Revisar a política é uma forma de garantir que ela continue alinhada aos objetivos do negócio, garantindo que as viagens sejam planejadas com foco em resultados, ao mesmo tempo em que protege a experiência do colaborador e reduz riscos legais e operacionais.
A auditoria também é importante porque ajuda a identificar lacunas ou pontos de melhoria em processos como reservas, reembolsos e relacionamento com fornecedores, aspectos que impactam diretamente o desempenho financeiro e a reputação da empresa.
Além disso, esse tipo de processo serve para comprovar a aderência às normas internas, reforçar a cultura organizacional, aumentar a previsibilidade dos custos e simplificar a rotina do gestor de viagens. Auditar a política também permite comparar práticas internas com as melhores práticas do mercado, garantindo que a empresa esteja sempre um passo à frente e pronta para se adaptar a novos cenários e demandas do setor.
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Antes de implementar ajustes ou melhorias, o gestor deve entender quais pontos avaliar na auditoria de viagens corporativas.
Alguns aspectos que devem ser observados são:
Aderência à política: Verificar se as reservas seguem os limites de gastos, prazos e fornecedores homologados.
Eficiência dos processos: Identificar gargalos e desperdícios que impactam custos e produtividade, como falhas na comunicação ou processos manuais excessivos.
Segurança e conformidade: Avaliar se as práticas adotadas estão em conformidade com normas trabalhistas e fiscais, além de alinhadas às diretrizes de Duty of Care.
Satisfação dos viajantes: Entender como a política impacta a experiência do colaborador e se existem pontos de atrito ou melhorias possíveis.
Gestão de fornecedores e contratos: Verificar se os acordos firmados estão atualizados, se atendem às necessidades da empresa e se existem oportunidades de renegociação.
Tecnologia e automação: Avaliar o uso de ferramentas digitais e sistemas de gestão que possam otimizar fluxos e integrar dados de forma inteligente.
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Começar uma auditoria pode parecer desafiador, principalmente quando o gestor de viagens ainda não tem uma metodologia consolidada para estruturar esse processo.
Por isso, criamos um checklist que reune os principais pontos que devem ser verificados em uma revisão completa da política e dos processos relacionados às viagens corporativas. Confira abaixo.
Antes de tudo, analise os fluxos operacionais que impactam diretamente o controle e a eficiência das viagens. Essa verificação deve mapear desde o momento em que a viagem é solicitada até o reembolso final, identificando gargalos, desvios ou oportunidades de automação.
Aprovações: Verifique se existem níveis hierárquicos definidos (ex.: viagens acima de R$10.000 exigem assinatura do CFO) e se há registro auditável dessas aprovações.
Reservas: Confira se 100% das passagens e hospedagens foram feitas através dos canais corporativos (TMC, plataforma interna), cruzando dados com extratos de cartões.
Reembolsos: Analise uma amostra aleatória de 15% dos processos dos últimos 3 meses, buscando inconsistências entre notas fiscais, políticas e valores pagos.
Dados quantitativos são a base para identificar desvios e priorizar ajustes. Crie relatórios comparativos que mostrem não apenas o cumprimento da política, mas também seu impacto financeiro e operacional.
Taxa de conformidade: Calcule a porcentagem de viagens que seguiram todas as regras nos últimos 6 meses (meta mínima recomendada: 90%).
Custo médio por viagem: Compare por rota, departamento e temporada, destacando outliers (ex.: viagem a São Paulo 40% mais cara que a média do time).
Tempo de processamento: Meça desde a solicitação até o reembolso – se ultrapassar 72 horas, investigue as causas.
Uma política de viagens deve estar alinhada com obrigações fiscais, trabalhistas e de compliance. Ignorar esse aspecto pode gerar multas, passivos ou até danos reputacionais.
Tributação: Confira se os valores de diárias estão dentro dos limites da Receita Federal (ex.: R$1.420/dia para viagens internacionais em 2024).
Trabalhista: Valide se horas em deslocamento para voos noturnos ou fins de semana estão sendo compensadas conforme a legislação.
LGPD: Assegure que dados de viajantes (como CPH em reservas) estão armazenados com segurança e excluídos após o prazo legal.
Parcerias desatualizadas podem significar custos excessivos ou serviços abaixo do padrão. Sua auditoria deve ir além do preço, avaliando também cumprimento de SLAs e benefícios.
Tarifas negociadas: Cheque se os descontos contratados com hotéis e aéreas estão sendo aplicados (ex.: 12% off em redes específicas).
Flexibilidade: Teste a política de cancelamento – um fornecedor que cobra 100% da multa após 24h pode ser um risco operacional.
Feedback dos viajantes: Inclua a satisfação com serviços no critério de avaliação (ex.: hotéis com nota abaixo de 3.5/5 devem ser revisados).
Processos frágeis facilitam erros e fraudes. Simule situações reais para validar se os mecanismos de controle são eficazes na prática.
Fluxo de aprovação: Tente enviar uma solicitação fictícia acima do limite sem justificativa – o sistema deve barrar automaticamente?
Conciliação financeira: Cruze 10% dos reembolsos aprovados com extratos bancários, buscando lançamentos duplicados ou valores divergentes.
Red flags: Rastreie viagens com mesmo destino, datas próximas e fornecedores repetidos podem indicar fraude.
Todo achado de auditoria deve ser registrado com criticidade e evidências, permitindo priorizar correções e criar um histórico para futuras revisões.
Alto: Desvios com impacto legal/financeiro (ex.: diárias não tributadas).
Médio: Falhas operacionais recorrentes (ex.: 30% das reservas sem aprovação prévia).
Baixo: Melhorias não urgentes (ex.: sistema de reservas sem integração com RH).
Evidências: Anexe prints de sistemas, e-mails de aprovação ou planilhas com cálculos.
Responsáveis: Atribua cada não conformidade a um departamento (ex.: Financeiro para ajustes tributários).
Avalie se os protocolos de crise são conhecidos, acessíveis e testados, reduzindo riscos para colaboradores em deslocamento.
Seguro-viagem:
Valide a cobertura para todos os destinos frequentes (ex.: incluindo repatriamento médico na Ásia).
Verifique se os colaboradores recebem o cartão da seguradora antes da viagem.
Plano de emergência:
Simule um cenário (ex.: furacão no México) e cronometre o tempo de resposta da equipe.
Confira se há contatos atualizados de embaixadas e hospitais parceiros.
Dados desconectados geram inconsistências. Sua auditoria deve garantir que as informações fluam corretamente entre plataformas.
RH x Financeiro:
Cruze o banco de horas com registros de viagens – viagens em finais de semana devem gerar banco de horas?
Identifique colaboradores com viagens ativas no RH mas sem despesas no financeiro.
Ferramentas de gestão:
Teste se o sistema de viagens bloqueia reservas acima do orçamento departamental.
Valide se os reembolsos aprovados são exportados automaticamente para o ERP.
Compare sua política com exigências legais e práticas de mercado para evitar gaps competitivos ou regulatórios.
Diárias e limites:
A Receita Federal aumentou o limite de diárias para viagens nacionais? Sua política está atualizada?
Concorrentes já adotaram políticas de voos somente em classe econômica?
Tecnologia:
Empresas do seu porte estão usando biometria para check-in em hotéis? Vale incluir na sua política?
Uma auditoria só gera valor se traduzida em ações claras. O relatório deve ser prático, com responsáveis e prazos definidos.
Estrutura recomendada:
Resumo executivo: 3 principais riscos identificados (ex.: 20% das viagens sem aprovação formal).
Detalhamento por área:
Financeiro: Ajuste na tributação de diárias (prazo: 30 dias).
RH: Treinamento sobre horas em deslocamento (prazo: 15 dias).
Anexos: Planilhas com amostras de inconsistências e prints de sistemas.
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Dashboards em tempo real: Visualize indicadores como custo médio, ROI e taxas de conformidade em relatórios dinâmicos e atualizados.
Automação de regras e políticas: Garanta que as diretrizes sejam cumpridas em todas as etapas, com alertas e validações automáticas.
Análises de comportamento de viagem: Entenda como cada viajante ou área da empresa se comporta, facilitando a identificação de padrões e desvios.
Histórico de revisões: Acompanhe as mudanças e evoluções de políticas e processos, com registros acessíveis e organizados.
Integração com ERPs e sistemas de gestão: Tenha um controle unificado das viagens e despesas, conectando os dados que já existem na sua operação.
Suporte consultivo: Conte com um time que vai além da tecnologia, oferecendo análises, recomendações e comparativos com benchmarks de mercado para embasar suas decisões.
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